[JORNAL RELEVO]
Ontem, quando li seu e-mail, ainda não tinha recebido, mas chegando em casa, minhas pernas deram aquela amolecida diante da caixa do correio. Que presente incrível significa pra mim. E me julgue quem quiser, mas que delícia segurar um papel com seu nome escrito, menos boleto e multa, porque né. Sabe que lá em casa a noite foi uma lindêza? Foi. Com ares de premiação, e minha mãe perguntando e respondendo, sabe quem come pizza numa segunda-feira, só quem publica, gente. O sorrisão também apareceu quando vi que a Natalia Nodari táva na mesma mesa de bar. Acompanho o trampo dela há um tempo. Só pancada as daquela ali.
Encontrei vocês no labirinto chamado internet e gostei muito demais do que vi, então tive o descaramento de mandar material, e agora tenho o encantamento. Quero agradecer a publicação e saudar fortemente a iniciativa, os caminhos literários de vocês e a empreitada [e quando se trata de literatura e brasil-il-il, a coisa pode figurar muitas das vezes como emboscada com ares de beco sem saída].
É um exercício que mexe com um bocado de coisas, esse de refletir sobre literatura. A história, os espaços, as práticas, as questões de gênero, a internet, o mercado, os sonhos, os porquês, comos e ondes, as implicações, possibilidades e limitações. E tantos outros tantos. No meio disso tudo, que daria uma conversa imensa onde certamente encontraríamos muitos pontos de encontro e desencontro, penso que quero é tomar a liberdade de agradecer em nome de todo mundo que ainda vai chegar nos próximos dez anos. Não sei se sempre foi assim ou se sempre vai ser, mas em tempos de semi deuses, quantidades, reis na barriga, padrões, umbigos e olha como sou foda, é urgente e fundamental reconhecer as insistências e teimosias generosas e coletivas.
Por muitos mais dias e noites de eita que negócio bão é esse, meu deus não sei se vai dar tempo, tô ficando é lôko já, olha que coisa mais linda que ficou, e tudo mais que for preciso, que já aconteceu e tem que continuar acontecendo senão a gente brota aí em Curitiba pá batê laje, vender fone de ouvido nos vagão tudo, ou está passando na sua rua o carros dos ovos.
Presumo que o senhor também escreva.
Onde é que o Brasil pode tá encontrando o mito [não aquele] por trás das tipografias jornalísticas redacionais?
Também aceito dicas, pitacos e palpites sobre dônde podemos encontrar similares, genéricos e primos de segundo grau do Jornal Relevo.
Um conto meu impresso num jornal literário, êêê bagacêra! Obrigada pelo presente de natal. Tâmo junto pelos próximos 365 dias, e os feriados morango do bolo, porque ninguém gosta de cereja. Por aqui vou ficar de olho aberto. E coração também. No que eu for útil, tô sempre por aí. Vida longa às pessoas [algumas] e às palavras escritas [algumas].
[Dezembro, 2019]
Edição de Dezembro: https://issuu.com/jornalrelevo/docs/relevo_-_dezembro_de_2019
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